03 outubro 2008

Praxes

Ontem deu na SIC uma reportagem na rúbrica Aqui e Agora, que me fez saber que por ter sido praxada e praxante, vou ter o seguinte futuro:
  • Vou ser cobarde;
  • Violenta;
  • Frustrada sexual;
  • Violadora;
  • Traumatizada;
  • Por ter sido praxada, vou ser vitima de violência doméstica;
  • Por ter sido praxante vou bater nos meus filhos e marido;
  • Segundo a opinião do grande comentador de tudo o que se passa, Moita Flores, só fui praxada por ser mulher, que como somos mais fracas deixamos ser subjugadas pelos praxantes;
  • Entre muitas outras barbaridades, ditas por pessoas que não foram praxadas e nem sequer têm ideia de que uma praxe.

Foi das piores reportagens que alguma vez vi, parecia ter sido encomendada por um membro do MATA (Movimento Anti-Tradição Académica), isto porque de imparcial não tinha nada.

Não havia um único comentador que tivesse sido praxado, quando mostravam os caloiros a dizer que estavam a gostar e a divertir-se na praxe, a justificação que davam era "coitados, se não dizem isso já sabem que vão ser mais castigados". Também foi dado a entender que há pessoas que chumbam propositadamente para poder continuar a praxar, tipo carreira profissional!

Adoraram alongar o mito de quem é anti-praxe, será excluido de todo o que é actividade, para alem de que nunca irá arranjar amigos e apontamentos. Pois bem na minha realidade os anti-praxes, iam na mesma ao jantares de turma, tinham os mesmo apontamentos que eu e trajavam inclusivé. A única coisa em que não poderiam participar era nas praxes dos anos que se seguiram, e não poderiam usar no traje as madeiras que indicam ter sido praxada, batizada e que poderiam praxar... O que a mim me faz sentido!

Para não falar das generalizações que adoravam fazer. Isto porque toda a gente conheçe os casos de abusos que há nas praxes, foram tornados públicos; mas para os comentadores TODAS as praxes eram assim, que em todas as universidades, politécnicos, escolas superiores, as praxes eram feitas para humilhar, denigrir, violentar, acalmar as frustrações sexuais etc etc etc.

Pois bem eu fui praxada, e nunca me senti humilhada, violentada, nem objecto para acalmar as frustrações sexuais dos meus veteranos. A minha semana de praxe, foi engraçada alternava entre periodos de diversão total com periodos em que tinha raiva dos meus veteranos. Mas no final, a integraçao e recompensa final valeram bem a pena!! Posso afirmar que Gostei das minhas praxes, e se o tempo voltasse a trás podem ter a certeza que era praxada de novo!

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